quinta-feira, 30 de abril de 2009

Radiodermite, não se estava mesmo a ver o que era?

Para mim, viver com cancro é viver com medo. Tiro o meu chapéu a essas pessoas que, confrontadas com a doença, dizem que nunca pensaram na morte, que sempre acreditaram que iriam curar-se e que demonstram uma força acima da média. Infelizmente, eu penso imenso nessa possibilidade mais trágica, apesar de também (querer) acreditar que posso prolongar esta situação por bastante tempo. Mas nunca penso que vou curar-me, até porque sei que isso não é possível.

Bom, mas isto para contar que tive medo neste últimos dias, quando começou a surgir uma espécie de queimadura nas minhas costas. Em leituras na net, descobri que o cancro da mama pode metastizar para a pele. E pronto, um mais um são dois e foi o suficiente para apanhar um valente susto. Fui ao meu dermatologista, que teve a amabilidade de me receber imediatamente e fiquei a saber que se trata de uma radiodermite que, como o nome indica, é uma lesão provocada pela radioterapia.

Agora, pergunto. Custava alguma coisa que o belo do médico espanhol, na consulta final (que não cheguei a perceber para que servia pois apenas me disse que tinham terminado os tratamentos, o que eu já sabia, e se eu queria ir sair com ele e... tou a brincar), como eu dizia, custava alguma coisa avisar-me que era normal que viesse a ter esta reacção da pele? Não custava nada. E eu não teria apanhado este susto, um mês depois de terminado esse tratamento.

Fico muito chateada com situações destas mas penso de imediato em todos os doentes que por aí andam, indefesos na sua humildade natural perante os médicos, presos na incapacidade de questionar e pedir explicações a quem quer que seja pelas horas passadas nas salas de espera, pelas semanas que os hospitais demoram a trocar correspondência sobre o seu estado clínico antes de iniciarem um tratamento, por tudo aquilo que sentem física e psicologicamente e que ninguém se interessa em saber...

Pronto, não tenho nada de grave nas costas, só uma radiodermatite, evidentemente.

Beijos,
Bom fim de semana.
Vou passear, volto domingo.
T.

3 comentários:

Anónimo disse...

Já estava com saudades da tua escrita, e claro está que todos queremos saber de ti e vimos aqui sempre, eu pelo menos venho todos os dias e deixo sempre umas palavrinhas.
O médico realmente foi um grande "cromo" em não te avisar das reacções que poderiam aparecer.
Sabemos bem que o cancro pode não ter cura, mas há muitos casos de sucesso e o teu de certeza vai ser um deles. Cada caso é um caso, não podemos comparar duas pessoas, vi isso pela minha mãe e por tudo o que me foi dito naquela altura pelo médico.
Bons passeios e espero que o tempo ajude.

Beijos
São

Anónimo disse...

Ah afinal havia razão para andares com o ânimo desanimado... é normal que tenhas medo, mas também podes acreditar que te vais curar, quem disse que isso não era possivel? Um dia destes tens que ir lanchar com a minha amiga Mariana... é que há mesmo casos de sucesso, e eu estou com a São, tenho a certeza que vais serum deles...
Aproveita bem o fim de semana, descansa e ri muito, cuidado com as comidas, nada de abusos... ;)
Também vou Alentejanar, vou tentar passar na avó antes de ir...
Beijos grandes mana grande
luv u ;)
m

Ninia disse...

Dantes a T. ia a Berlim visitar a amiga. Agora vai a Oliveira de Frades.
Sim, tenho casa cheia este fim de semana. Muitas e boas visitas.
Conhecem mais alguém que tenha trocado Berlim por uma terra como esta?
Pois, aqui não se está nada mal. E além disso é só a 2 horas de Lisboa. De carro.