terça-feira, 21 de abril de 2009

Vamos a abrandar...

Tudo aponta para que os glóbulos brancos do sistema imunitário - as células NK e os linfócitos T e B - sejam particularmente sensíveis a sentimentos de impotência, à convicção de que nada há a fazer para vencer a doença e à subsequente perda de vontade de viver. (...)É como se o estado emocional do indíviduo, observado de fora, se reflicta identicamente no comportamento interno das células imunitárias. Quando a pessoa desiste (...) o sistema imunitário também depõe as armas. (...) Em contrapartida, descobrir em nós a vontade de viver acompanha, frequentemente, um ponto de viragem decisivo, e positivo, na evolução da doença.

As mesmas substâncias químicas que accionam os reflexos neurológicos e viscerais do stresse também afectam as células imunitárias. Os glóbulos brancos têm receptores na sua superfície que detectam a presença de hormonas de stresse e reagem mediante flutuações nos níveis dessas hormonas na corrente sanguínea. Algumas dessas células reagem libertando citoquinas e quemoquinas. Células naturalmente assassinas são bloqueadas permanecendo pacificamente coladas às paredes dos vasos sanguíneos em vez de atacarem viroses ou células cancerosas.

Já se sabe que o stresse provoca a libertação de hormonas que activam os sistemas de "emergência" do corpo, tal como a reacção inflamatória, facilitando desse modo o crescimento e a disseminação dos tumores. Ao mesmo tempo, o stresse abranda todas as funções que podem ser "colocadas em espera", tais como a digestão, a reparação de tecidos e o sistema imunitário.

David Servan-Schreiber, "Anticancro, um novo estilo de vida"

Tomem (melhor) conta da vossa vida. Talvez baste abrandar um pouco o ritmo, não?
Beijos,
T.

6 comentários:

Anónimo disse...

Gostei bastante do texto, e acho que o stresse destroi a vida das pessoas, sem nós darmos conta. O ideal seria abrandar um pouco como tu dizes, só que nem sempre é fácil.
Eu tento sempre pelo menos no fim de semana descontrair ao máximo, fazer só mesmo o indespensável e de resto passear e fazer o que me apetece sem pensar nos problemas.
Tudo a correr bem para ti.

Beijos
São

ana disse...

Não foi um bom dia para ler este post, com deadlines a apertar por todos os lados... Mas deu-me muito que pensar. Obrigada.

Ana Almeida disse...

Pois é vim deixar um beijinho... apesar de vir cá todos os dias(a sério) nunca deixo mensagem... (que tonta!!) mas como hoje isto me cheira mesmo a desdepida da minha parte e espero amanhã não escapar da cesariana que a médica me prometeu no Sábado, e ver finalmente a cara da minha filha, e como gostei particularmente do texto de hoje, resolvi escrever! Para deixar beijinhos, forças, alegrias, esperanças todas essas coisas boas que nos alimentam e que eu própria estou a amealhar neste meu estado avançado de "sereia" (metade mulher, metade baleia). Assim que tenha novidades, já sabes! Ah é verdade a iluminação do teu WC não está esquecida... juro que não está! Beijo do tamanho da minha barriga
Ana

beatriz disse...

Valha-me Deus ! estou em fecho, com os nervos em franja e a sentir todas as celulas do meu corpo a libertarem coisas más... juro que tento , todos os dias, não stressar, levar as coisas com calma... mas é muito dificil nesta nossa vida... ler estas coisas ajudam a lutar contra os malditos nervos que nos arrasam! o trabalho é importante, pois permite dar e viver uma vida mais comoda e com mais facilidades mas... é um preço alto que se paga! são anos entregues de bandeja!Obrigada mais uma vez pelas tuas considerações e textos e pela ajuda que sem saberes me tens dado em vários dias... és uma prova de força vencedora . Um beijo

Filipa disse...

É verdade! Obrigada pelo texto! Beijinhos gordos!

Anónimo disse...

Dear dear dear... I was finally able to catch up with you. I love the honesty and transperance. It is like you practice them not to make them perfect, but to make them permanent. You remind me that there is no perfect balance between striving and surrendering. Many blessings to all, maria