Querido diário,

Hoje tive um dia bom, podia haver mais destes.
Comecei, cedo, com um exame médico - nada é perfeito - mas, ao contrário do que é habitual, desta vez soube logo o resultado: nada de novas metástases. Por si só chegava para ser um dia especial. Mas não se ficou por aqui.
O almoço celebrou mais um aniversário da mana João. Tempo para reunir parte da família, em frente ao mar, num dia soalheiro. (Não conheço ninguém que goste tanto de fazer anos, a alegria dela é contagiante).
Ao final da tarde, um adorável concerto na Gulbenkian, com a prestação de uma fantástica violinista russa. Tirando a triste verificação de que os portugueses estão a desesperar de tosse descontrolada, foi mesmo muito bom estar ali e usufruir de quase duas horas da paz e evasão por que tanto ansiava, por exemplo, ainda ontem.
Da grandeza do dia destaca-se ainda o facto de ter sido de folga do trabalho e de ter comido um croissant, bolo de anos e um gelado. Shame on me. E de ter comprado uma prenda à minha filha, que a agradeceu com um enorme e ma-ra-vi-lho-so abraço e uma felicidade comovente. O que faz uma boneca quando temos 9 anos... (ainda que seja uma boneca-monstro, nada de ideias líricas)
Registou-se ainda a confirmação de que a vida de alguém vai mudar (para melhor), o que, inevitavelmente, afectará a minha também (provavelmente para pior, mas não faz mal, que é por uma boa causa).
Já vou à frente no Bejeweled, já acabei de ver o J.Edgar, já tenho o saco de água quente pronto, nada mais me prende longe da caminha.
E foi assim o meu dia, querido diário, obrigada por me ouvires.
T.

A piquena a soprar as velas

A caminho de Lisboa (não experimentem tirar esta foto a conduzir)

É pá, como é que eu vim aqui parar?? Enganei-me, com certeza

A foto proibida