Aprender a ajudar

Na segunda-feira, lá fui eu, debaixo de muita chuvinha, fazer o meu tratamento mensal (os z's). Por causa de uma trapalhada, a que fui alheia, não tinha ainda a injecção e, para a arranjar, depois de visitar meia dúzia de farmácias, tive de voltar à Parede (onde há sempre, vá lá saber-se porquê) e regressar a Lisboa. O que valeu foi que a minha amiga Maria João, a grandona, me fez companhia.

Resumindo, só várias horas depois de ter saído de casa é que consegui chegar à sala de quimioterapia do hospital. Local onde terminou o primeiro stress e se deu o segundo. Entrou uma senhora, com ar nervoso, acompanhada (julgo que pela irmã) e sentou-se na cadeira mais afastada. De repente, começou a sentir-se mal, as enfermeiras mobilizaram-se todas para lá, a irmã saiu e ela ficou ali a chorar desesperadamente. Enfim, tudo o que a senhora tinha, além da doença naturalmente, era uma carga de nervos gigante que a impedia de conseguir acalmar-se e receber o tratamento.

À saída, falei com a irmã, contei-lhe um pouco sobre nós e como nos ajudamos umas às outras, e recomendei-lhe que procurassem o Movimento Partilha. Só que não tinha ali nenhum contacto e senti-me até um pouco estúpida por não ser capaz de fazer mais nada. Pedi-lhe que procurasse na Net. Disse-lhe apenas que havia vida para lá do cancro e que tinha aqui em nós muitos exemplos disso mesmo e que gostaríamos muito de poder ajudar. Mas nem o endereço do meu blogue lhe deixei. A confusão era grande, ela estava muito emocionada e eu não quis continuar a falar, sem apresentar qualquer tipo de ajuda concreta.

Conclusão: não quero que isto me volte a acontecer e preciso de fazer uns cartões com os contactos do Movimento para andar com eles na carteira. Alguém me ajuda a fazê-los? Quais são os números? Ligam para quem? Nela, diz lá como se faz.

Pronto, por hoje é tudo.

Um grande beijo.
T.