domingo, 16 de novembro de 2008

A doença da maturidade

"A doença pode ser devastadora para o doente e para a família, mas temos de ser pró-activos, abrir novos horizontes. (...) Não vou deixar que a doença arruine a minha vida. Cada dia sou mais positivo".
Thomas Graboys, cardiologista que lançou um livro sobre a sua vida com Parkinson


Quando temos dois anos, fazemos birras no supermercado. Aos 13, resmungamos até ao quarto e batemos com a porta. Mas aos 40 anos, muitas de nós já aprenderam a sofrer em silêncio. E ele é tão intenso que nem dentro de nós próprias conseguimos ouvir os sintomas das dores que nos atormentam. Em suma, ocupadas que estamos entre as preocupações com os filhos - se estão bem de saúde, como vão na escola, quem realmente são quando não estamos com eles; com a casa - roupas, compras, limpeza - e com o que é o jantar (a mais irritante das obrigações, cá para mim), vivemos em negação no que diz respeito às nossas próprias incertezas. E é a isto que, por contraponto aos exemplos das crianças e jovens, se deve chamar a maturidade. Mas tenho as maiores dúvidas sobre essa maturidade. Porque um dia, como agora me aconteceu, chega o momento em que temos de admitir os nossos medos e frustrações, afinal, inerentes à vida. É uma descoberta, que tem tanto de estranha como de milagrosa, e que vai chegando devagarinho, devagarinho... Depois, falta ainda descobrir como partilhar, tanto as agonias como os remédios de alma que se vão revelando eficazes. Diz-se que se descobrem coisas maravilhosas quando nos abrimos para um futuro incerto. Quando percebemos que na vida não há rede de segurança, existimos nós, com os nossos bens: a família, os amigos, as nossas "credenciais" profissionais e emocionais, alguma poupança, a maturidade... Mesmo que me venha a matar, também não quero que esta doença arruine a minha vida. Também gostaria de ser cada dia mais positiva.

Beijos,
T.

21 comentários:

Anónimo disse...

Belo texto e belo raciocínio emocional.

ana disse...

'What doesn't kill you makes you stronger'. É nítido que estás no bom caminho, ao enveredar por essa estrada de auto-conhecimento.

Anónimo disse...

É tudo um exercício e tens feito, e continuas a fazer, o trabalho de casa muito bem...
Ser cada dia mais positivo é o que, todos nós, devíamos fazer diariamente, pois como uma vez tão bem disseste: "eu tal como vocês também não sei quando nem como vou morrer"...

Quando estamos deste lado nunca pensamos nisso, mas é a realidade, cada dia é um dia e nenhum de nós sabe quantos nos restam...

Tenho a certeza que nada arruinará a tua vida, mesmo!

beijos grandes mana grande
m

Anónimo disse...

Quando te conheci, já foi há uns bons anos, estavas no inicio da tua carreira e tinhas já um ar determinado. Estavas no meio de mais uma das provas da tua vida e parecias a segurança em pessoa. Eu, mais velha que tu (só um ano não exageremos) sentia-me intimidada pelo teu ar forte e que me dizia "põe-te a milhas". Parecias-me mais velha que eu, mais madura seguramente, já então, como hoje, praticavas esse exercício maravilhoso que é pensar, enquanto que para mim a vida parecia-me uma festa naquela altura e só anos mais tarde tenha começado a fazer uso da massa cinzenta.
Hoje, e desde que a m. me deu o endereço, todos os dias venho ao teu blogue, seja para ver se haverá algum dia em que poderei ajudar (as aftas), seja para ver se ganho coragem e te escrevo (de vez em quando faço-o timidamente)o que é certo é que o teu blogue tem vindo a fazer de mim uma pessoa melhor; e faz-me melhor porque contigo aprendo a relativizar o que de não tão bom me acontece no dia a dia; faz-me melhor porque tento ser mais corajosa porque tu o és, muito; faz-me melhor porque na verdade me faz pensar que também não sei, embora não esteja doente, quanto tempo me resta, mas o que me restar tem que valer a pena, para mim e para os outros.

Estou seguríssima que nada te conseguirá derrubar e isso é maravilhoso não só para ti, mas também para nós que ficamos todos os dias mais fortes aprendendo com a tua força.
Obrigada Teresa

Desculpa-me por num único comentário ter roubado tanto espaço do teu blogue.
Beijinhos
E.R.

Anónimo disse...

Acredito na tua vontade de cada dia seres mais positiva,e não deixares que nada te derrube,acredito na tua força.
Já agora lembro-te que nunca fizeste birras no supermercado.
Beijos grandes minha querida e uma boa semana para as minhas princesas,beijos a jo
nina

Anónimo disse...

Adorei este txto. Sempre acreditei na tua força. Não só agora com a doença, mas desde que te conheço. Admiro a tua determinação e a forma como fazes chegar aos outros tudo o que pensas e vês.És uma verdadeira mulher de armas, por isso tenho tantas certezas quando te chamo guerreira vencedora. Faz birras se te apeceter e não escondas os teu medos, mas não deixes nunca de lutar. Mil beijos carregados de muito amor e admiração da tua fã que tanto te ama.

Anónimo disse...

Ainda me fartei de rir com a "agressividade" com que um anónimo diz que a Inês "é cara chapada da mãe". Está a falar de borla. A Inês é de facto muito bonita e nesta fase (e eu sei o que digo porque desde os 8 anos dela que a vejo todos os dias) a mais parecida com o pai. Ponham o cabelo da Inês na cara do Alex e vejam se são capazes de dizer que ela é a cara chapada da mãe.

Anónimo disse...

... O que eu quis dizer era pôr o cabelo da Inês na CABEÇA do Alex.
Sónia

Anónimo disse...

agressividade com um :-)???
peço desculpa mas discordo que a Inês seja a mais parecida com o pai, continuo a achar que o pai mesmo com cabelo não é a cara da Inês...
peço desculpa se o "tom" foi agressivo. há pessoas mais sensiveis que outras...
mas era só uma brincadeira a responder aquilo que considerei também uma brincadeira... mais uma vez os meus pedidos de desculpa...:-)

Anónimo disse...

Foi pena a mãe dela não ter tido outros filhos para se ver... A Inês é a mistura perfeita da beleza dos dois. Até porque tem muitos traços das outras irmãs. O A. só tem filhas bonitas, todas têm traços comuns e não são todas da Fátinha...
Mas não há dúvidas que a miúda é parecida com a mãe.

Anónimo disse...

pronto! agora vou ser crucificada!
A mais parecida com o pai é a João!
É o que eu acho! (das 3 que conheço)mas são todas lindas :)
O sorriso da Inês é do Sr. Alex Pais sim senhor e ... na realidade não o consigo imaginar com cabelo... :) perdia o charme e beleza toda!!!!!
beijinhos

Anónimo disse...

Lamento que uma simples brincadeira minha, óbvia no tom, criasse polémica tão estéril, em especial em torno de algo que não é o que nos traz aqui. Já devia ter aprendido: o calado é sempre o melhor. Não me apanharão mais!
A.

Anónimo disse...

Então..
ai mas está tudo ensandecido?!!
que disparate, não percebo o porquê de tanto enredo...
cada um pode e deve brincar e falar do que quiser...
Vá meninos menos, comportem-se!!!
beijos e tomem os comprimidos...:-)
m

ainda mais a cansarem a vossa beleza com uma beleza como a nossa Inês...

Anónimo disse...

quanto a ti Beatriz, obrigada eu também acho...e mesmo assim, há que manter a ordem!
assim isto torna-se animado, apimenta a coisa, vira novela...:-)
É o que digo, eu e a mana ainda arranjamos patrocínio, visitas não faltam e guião... arranja-se!
beijos Beatriz

beijos a todos!

ana disse...

Três dias sem notícias? Helllooo?

Anónimo disse...

o problema é a susceptibilidade de certas pessoas, mas como é de "borla"... a gente perdoa!
E as comparações causam sempre mal estar...
Os franceses tem uma expressão que todos deveriam adoptar e é de borla!:) SAVOIR FAIRE
Mas eu quero é saber da Teresa,ondes andas?

Anónimo disse...

Olá Teresa. Queremos um texto novo em que nos contes como foi a tua consulta de ontem. É que este post já está a ficar entupido de comentários.
Beijinhos
Sónia

Anónimo disse...

Elou!
Uere ise mai Teresa?

a quisse

Peter Pan

Anónimo disse...

Querida directora, desde a nossa terapia "barata" que não dizes, ou melhor, escreves nada. Eu, como outros, exigimos palavras sensatas como as que aqui nos deixas. Beijos e força. xau-xau, até amanhã, até amanhã

Anónimo disse...

Olá minha querida filhota,estou a ficar preocupada com a falta de novidades neste espaço a que nos habituaste diz qualquer coisa.
Beijos grandes para as minhas princesas
nina

Anónimo disse...

O que é que se passa?!!!!
Teresa, volta para casa!!
Precisamos de ti...
Imediatamente! :-)
Beijos mana, onde andas?...
m