quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Viver na incerteza. (Quando aprenderei?)

Preciso de respirar fundo e sentir alívio, um qualquer. Desde agosto que não respiro fundo, não relaxo, não dou uso aos pulmões. Por incrível que pareça nem para berrar ou chorar como um bebé recém-nascido. Nadinha.
Sinto-me a sobreviver no meio de consultas, exames, muitas análises (muitas mesmo) médicos a abrirem e fecharem a boca, talvez a dizerem algo importante, não sei, já nem ouço tudo (até porque continuo a perceber tão pouco) e muitas, muitas preocupações que, bem analisadas, têm sido maiores do que as dores.
Por falar em dores, das físicas, não tenho, e energia não me tem faltado a não ser aquela que a preguiça chama a si e que o corpo vai exigindo cumprir, mas coisa pouca.
E assim se vai morrendo viva, com um cancro escondido a matar a saúde que parece boa mas já não é, a consumir um tempo que podia ser feliz mas também já não é, a matar a esperança que é tão vã, que existe num minuto e deixa de existir no outro, ao sabor do vento que passa... Já para não falar do dinheiro que se gasta em tratamentos e sonhos, em que o Estado não acredita, e me saem, sem fantasia, do bolso.
Em suma, ainda estou viva mas já não sou livre. Nem de pular e saltar, de correr e nadar, de não ir ao médico se me apetecer, de recusar outra análise, de não procurar mais alternativas para me tratar, de não pagar o que é demais, de apenas parar para descansar...  Pois se nem sequer sou livre de respirar fundo e relaxar...
Agora aguardo o resultado do PET e com ele, das duas uma, ou vem chatice ou o resultado desejado: mais incerteza. E, se bem percebo, este furacão só vai passar quando esta história acabar.
É caso para rematar em grande estilo: xiça!

T.


12 comentários:

Lina Querubim disse...

Também tento esconder, mas desde que me foi anunciado cancro vivo sempre com medo que se venha a repetir.
Medo... esse vai nos acompanhar sempre!
Continua a ter esperança porque é isso que nos ajuda a viver :) vai correr tudo bem!!
Beijinhos

Gatapininha disse...

Certezas nunca vamos ter, temos que ter esperança que tudo se resolve com o tempo e deixar de pensar na parte da saúde.
Eu ando a anestesiar-me com umas séries para rir, é o que tenho feito desde o natal. Janto, despacho as pulgas e vou para a cama ver tv cerca de uma hora e dar umas gargalhadas antes de tentar adormecer. Jokas

Anónimo disse...

Querida Teresa, o que tu descreves é luta, é guerra declarada a um inimigo. E tu, porque és assim, Graças a Deus!, não dás tréguas. E continuas a parecer-me bem, forte, decidida. Beijinhos Teresa! Madalena

Estela disse...

Xiça é em grande estilo, mas xiça penico é com muito mais estilo!!!! Gosto muito de ti princesa e admiro a tua coragem e como disse a Mada és forte. Deixo-te o meu carinho...bjs Estela

Maguie Barreira disse...

........ beijo do tamanho do mundo.....

Susana Neves disse...

Mil beijinhos

Anónimo disse...

A vida é uma incerteza, mas devemos continuar essa caminhada pois nunca sabemos quando chega ao fim...

Bjs
Isabel Amparo

Anónimo disse...

Não posso dizer nada, a não ser que estou sempre aqui e que continuo a acreditar... Agradecer por ter uma irmã como tu, que tanto me tem ensinado e vai continuar... tu és o furacão, e não vais parar de rodopiar... quando acaba, não sabemos... ninguém sabe... mas todos acreditamos que ainda há muito para rodopiar...
Amo-te muito mana, mil beijos

Jose Oliveira disse...

Força!!!Beijo Grande.

Trintinha disse...

Um beijinho enooooorme, querida TP!
Beijinhossssssssssssssss.

ClaudiaV disse...

Beijinho grande! :* E muito pensamento positivo!!!

Anónimo disse...

O ser humano,tem muita coisa em comum, e uma delas, é de certeza, a incerteza.
A medicina, ainda que seja uma ciência exacta, munida da mais avançada tecnologia,é dúbia.
Acaso ou não, a vida encarregou-se de colocar no meu caminho,provas que nem tudo é linear e certo,muito menos a medicina.
Tenho uma colega de trabalho,que aos 33 anos,lhe foi diagnosticado um cancro nos intestinos,com metastase no fígado.Deram-lhe 6 meses de vida e um ano de químio (?).Fez a cirugia e uma químio.Desistiu e optou por viver melhor no pouco tempo que lhe restava(decisão que respeito mas não concordo).
Tem hoje 53 anos e saúde(sem nenhuma recaída).
A esperança é como uma lâmpada.Por vezes até se pode apagar,mas está sempre lá,pronta para ser reacendida.

Um beijinho e um abraço.Carpe diem.
VandaR