AC/DC

É verdade, não podemos estar sempre a pensar apenas naquilo que perdemos. DC também ganhei algumas coisas...

A primeira, aquela sem a qual todas as outras não existiriam é, claro, o facto de estar viva. Quantos de nós não tivemos já conhecimento de pessoas que entre o diagnóstico de um grau IV e a partida deste mundo foi um abrir e fechar de olhos?

Depois, a solidariedade, tanto a que desperta dentro de nós como aquela que se manifesta de onde menos se espera (e também, a que não se recebe de onde mais se esperava, há que dizê-lo. ups, é suposto enumerar as coisas boas). É de facto um acordar para as necessidades dos outros, e elas são tantas e tão variadas. Sou hoje bem mais atenta e um pouco interventiva.

E há as novas amizades, feitas de pedaços de vida, dores, mágoa e também esperança, ligações fortes com pessoas que, na verdade, gostaríamos de nunca ter conhecido mas sem as quais já não imaginamos viver.  Mas não poderia ter sido assim sem o cancro?

Não consigo fazer estas contas. Mas penso que era muito mais feliz AC. Só que não sabia.

T.